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Palanque no Amazonas

PCdoB defende que grupo pró-Lula tenha ou apoie candidatura 'viável' ao governo

Questão será levada aos demais partidos da federação formada também por PT e PV; presidente do partido diz que, se não for viável eleitoralmente, a candidatura atrapalhará plano de fortalecer os candidatos a presidente e deputados

Luciano Falbo
luciano.falbo@acritica.com
16/05/2022 às 09:37.
Atualizado em 16/05/2022 às 10:51

Partido fechou questão na defesa de candidatura ao governo da federação, do arco de alianças pró-Lula ou até de fora (Facebook/reprodução)

No fim de semana, a Comissão Política Estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) aprovou uma resolução em que defende que a federação formada por PT, PCdoB e PV deverá ter ou apoiar "uma candidatura viável" ao Governo do Estado.

A decisão, diz nota divulgada pela sigla, leva em conta que Lula (PT) precisa ter um palanque no Amazonas, onde o ex-presidente lidera nas intenções de voto para presidente - segundo a última pesquisa IDP.

No texto, o partido indica que não deve apresentar nomes para a disputa majoritária, já que cita apenas as discussões das nominatas para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, para onde o nome forte da legenda, a ex-senadora Vanessa Graziottin, deve tentar voltar.

Ao Sim&Não, o presidente estadual do PCdoB no Amazonas, o ex-deputado Eron Bezerra, disse que a diretriz de defesa da candidatura própria será levada aos demais partidos da federação. "(...) na busca de consenso como orienta o estatuto", observou.

Eron ressaltou que a viabilidade eleitoral é uma "pré condição" para tal candidatura ao governo. "(...) na medida em que precisamos de um palanque para debater e buscar solução para os graves problemas do Estado, dentre os quais o ataque contra a Zona Franca de Manaus, fortalecer o palanque do Lula no Amazonas e, claro, as candidaturas proporcionais, federal e estadual", destacou.

O dirigente diz que, se não for viável eleitoralmente, a candidatura "passa a atrapalhar e não ajudar nesses objetivos".

Para ele, é pouco razoável um candidato do porte de Lula, hoje líder nas pesquisas no Brasil e também no Amazonas, não dispor de um palanque majoritário no Estado. "É no mínimo inusitado", diz Eron.

A preferência de Eron seria um nome viável da federação e ou dos partidos que já declararam apoio ao Lula nacionalmente (PSB, Rede, Solidariedade e PSOL). "Se não houver, abriremos o debate pra fora", declarou.

No Amazonas, deste arco partidário pró-Lula, apenas Solidariedade e PSOL tem pré-candidatos até agora: Ricardo Nicolau e Marcelo Amil, respectivamente. Mas, nenhum deles alcança 10% de intenção de votos - Amil não conseguiu chegar 1% na última pesquisa IDP.

Fora do arco, entre os nomes competitivos, há o atual governador, Wilson Lima (União), que é alinhado a Jair Bolsonaro (PL) e contra quem o PCdoB faz oposição.

Restam Eduardo Braga (MDB), de quem o PCdoB foi aliado no passado, e Amazonino Mendes (Cidadania).

O MDB de Braga ensaia lançar Simone Tebet à Presidência da República, mas Braga é próximo de Lula e pode ser uma alternativa.

Amazonino apoiou Bolsonaro em 2018 e, há nove dias, anunciou neutralidade na disputa presidencial. Revendo essa decisão e fazendo uma "ginástica ideológica e argumentativa", também está no páreo - no mês passado a coluna mostrou que o PCdoB sinalizou que poderia apoiar Amazonino, embora Eron dissesse que a chance era remotíssima.

Mas, tudo isso depende, principalmente, da anuência do PT, o maior partido da federação e a sigla de Lula. Das direções do PT, não da base.

Tanto nacionalmente, quanto na estadual, o Partido dos Trabalhadores já indicou que não deve ter candidatura ao governo, embora haja interesse de grupos internos, mas sem poder decisório, de lançar um petista ao governo. De toda forma, a palavra final sobre isso será da direção nacional.

O PT quer focar nos candidatos proporcionais e no apoio à reeleição de Omar Aziz (PSD) ao Senado.

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