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Xadrez político

‘Decisão mais difícil’ de David mira a eleição de 2026

Definição do nome do vice na chapa de Wilson Lima considera chance de levar ‘pernada’ nas próximas eleições para o governo, quando seria a vez de David sair candidato pelo grupo

Luciano Falbo
luciano.falbo@acritica.com
29/06/2022 às 09:31.
Atualizado em 29/06/2022 às 15:33

David anunciou apoio a Wilson no dia 2 deste mês (Antonio Pereira / Semcom - 21/fev/2022)

A “decisão mais difícil” da vida do prefeito David Almeida (Avante), segundo palavras dele próprio, será indicar o candidato a vice-governador na chapa de Wilson Lima (União) à reeleição.

A definição não envolve apenas a dificuldade em escolher entre “quatro grandes amigos” como declarou David ontem (28), mas indicar um aliado que não tente “furar a fila” em 2026.

No caso de reeleição de Wilson neste ano e da reeleição do próprio prefeito em 2024, em 2026 seria a vez de David sair candidato por esse novo grupo política, pela lógica das alianças - nesse caso deixaria um eventual segundo mandato na prefeitura pela metade.

Caso seja reeleito agora, Wilson tende a disputar o Senado em 2026. Isso abriria a possibilidade do vice assumir o governo e, no cargo, disputar a reeleição. Foi o que aconteceu em 2010.

Naquele ano, o então governador Eduardo Braga (MDB) já estava em segundo mandato e deixou o cargo em abril para disputar uma vaga de senador. Assumiu o então vice, Omar Aziz (PSD), que ficou no cargo e disputou a reeleição, com apoio de Braga.

Na disputa do governo em 2010, o político cortejado da vez era Braga, que saiu com boa avaliação do governo e era o líder do seu grupo político até então. Coube a ele a indicação do vice de Omar.

Braga escolheu José Melo, que era seu chefe da Casa Civil e correligionário no MDB.

Ele tinha certo que Melo, ao assumir o governo em 2014 (quando Omar, sem possibilidade de buscar a reeleição, disputaria o Senado), não tentaria se reeleger. Dessa forma, Braga seria o candidato da vez do grupo com apoio do então governador Melo.

Não foi o que aconteceu.

Sentado na cadeira de governador e com boa articulação no interior, Melo tentou negociar com Braga para ser ele o candidato do grupo, sem sucesso. Então, desafiou o aliado, rompeu com ele e consolidou sua candidatura – tendo vencido o pleito contra o próprio Braga na ocasião.

Isso é tudo que David quer evitar. Mas antes, o prefeito de Manaus sabe que seu primeiro desafio é a reeleição em 2024. Por isso, no mesmo evento de ontem, admitiu que a aliança com Wilson Lima era a única possível.

Ele indicou que outros candidatos, caso eleitos – com a força da máquina estadual em mãos, tentariam apeá-lo da prefeitura daqui a dois anos.

“A intenção do grupo que estamos enfrentando é tirar o Wilson Lima do governo agora, para daqui a dois anos me tirarem da prefeitura. Não posso me aliar a meus predadores, os mesmos predadores do Wilson são os meus”, declarou David.

Saiba mais

Os quatro amigos que o prefeito citou são: o vice-prefeito Marcos Rotta, do Progressistas; o ex-secretário da Semulsp Sabá Reis; a ex-secretária da Semsa Shádia Fraxe e Tadeu de Souza, ex-chefe da Casa Civil - os três últimos filiados ao Avante. 

Aliança selada

David e Wilson anunciaram a aliança para as eleições deste ano no início do mês, quando o governador garantiu que o nome do vice na chapa dele à reeleição será indicado pelo prefeito. 

Wilson Lima e o atual vice-governador, Carlos Almeida, romperam há dois anos.

Filiado ao PSDB, Almeida deve disputar vaga de deputado pelo grupo de Arthur Neto (PSDB) e Amazonino Mendes (Cidadania). 

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